# Dia 28 - Sexo e Culpa.

Oiessss. Td belezinha?

Entãooooooooooo... hoje quero falar sobre o sexo e a culpa.

Eu, por muitos anos, e por dogmas religiosos, tabus e etc.. sentia muita culpa, muita mesmo, quando não tinha relação sexual com meu marido.

Sabe aquela culpa de chifres e garfos te espetando ao dormir, por voce não ter feito sexo com seu marido? Afinal de contas, o homem PRECISA de sexo e a mulher de AFETO. Não foi assim que aprendemos? Que o macho precisa ser satisfeito sexualmente?

Pois é minha gente!!! Mas acredite se quiser. A mulher tbm precisa. Afinal de contas, mulher tbm foi criada com zonas erógenas e tbm sente muita necessidade de satisfação sexual. Não é à toa que foi necessário uma revolução sexual feminina.

Desde as eras antigas, a mulher vem sendo tratada como um objeto sexual proibida de sentir desejo. As culturas antigas tratavam as mulheres como alguém que deveria satisfazer ao homem em todos os aspectos, principalmente o sexual, e elas não podiam sequer sentir prazer. E essa idéia ainda está atrelada ao nosso inconsciente, apesar de toda revolução feminina, de estarmos em uma nova era, em um novo século e milénio.

Ainda hoje existem culturas ontem as mulheres são castradas (cortando-se o clitóris), são proibidas de se sentirem femininas, de sentirem desejo, amadas e etc.. E isso, infelizmente, ainda afeta nossas mulheres "modernas".

A Igreja Catolica embutiu na mente dos devotos, que a mulher é pecadora. Criou-se uma imagem da mulher enrolada na serpente escondendo seu corpo, com uma maça mordida na mão, e a ideia de que, o pecado de Eva foi o sexo, ou o desejo provacado em Adão.

Foi Santo Agostinho que, introduziu no pensamento cristão essa ideia de que sexo é pecado e demoníaco, e acusou a mulher de ser a "desgraça" do homem. 

"Mesmo que os casais se preocupassem com a gestação dos filhos, deveriam estar conscientes de que estavam cometendo um ato de rebaixamento, necessário mas humilhante, devendo ser feito num clima de intensa melancolia. Coube, pois, a Agostinho ter semeado entre os cristãos uma nódoa de pecado, de consciência culpada, quando faziam sexo ou tinham sentimentos e impulsos prazerosos.

Essa doutrina sexual lançou sobre todos os lares e leitos conjugais uma sombra maligna, de impureza, perversão e vício, que arruinou a vida de incontáveis casais, para os quais o sexo ficou para sempre associado a um “presente do demônio”, um discordium malum, um princípio de discórdia alojado no interior de cada ser humano desde a Queda. Opôs definitivamente a Carne a Deus! E foi mais longe ainda. A presença do impulso sexual apontou-lhe a corrupção da nossa natureza, como se nascêssemos com uma erva daninha que jamais poderia ser removida. "

Santo Agostinho, Confissões, 397-400 d.C. | Brown Peter- Corpo e sociedade: o homem, a mulher e a renúncia sexual no início do cristianismo. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1990

Isto posto, o sexo é, até hoje, para muitos, sujo, impuro, pecaminoso e sentem culpa por fazê-lo e, por não fazê-lo, devido a crença machista de que a mulher é obrigada a ter relação sexual com seu parceiro.

Quanto a isso, sabemos que esse pensamento não necessariamente cristão mas puramente machista, rebaixa a mulher a um simples objeto de prazer. E ainda hoje é ensinado na maioria das religiões que a mulher TEM (por obrigação, e não por puro prazer) que ter relação sexual com seu marido, pois esse é seu dever, e colocam um medo nas mulheres de que, se elas não obedecerem ao desejo sexual de seus maridos, eles  de fato, procuraram outra mulher.

A Bíblia coloca o homem e a mulher na mesma responsabilidade, a começar pela "obrigação" do marido para com sua esposa: 

(I Corintios 7:3) - O marido pague à mulher a devida benevolência, e da mesma sorte a mulher ao marido. 

(I Corintios 7:4) - A mulher não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas tem-no o marido; e também da mesma maneira o marido não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas tem-no a mulher. 

(I Corintios 7:5) - Não vos priveis um ao outro, senão por consentimento mútuo por algum tempo, para vos aplicardes ao jejum e à oração; e depois ajuntai-vos outra vez, para que Satanás não vos tente pela vossa incontinência. 

(I Corintios 7:6) - Digo, porém, isto como que por permissão e não por mandamento. 

Perceba aqui, que a mensagem é um conselho e não um mandamento, uma ordem, uma obrigatoriedade. Justo porque, cada pessoa tem seu ritmo, e cada casal tem suas particularidades. Uma ordem explícita e irrefutável,  invade a particularidade de cada casal, o que não é o caso aqui.

Porém, é muito difundido a idéia de que, é a MULHER que TEM que pagar ao marido o que lhe é devido, esquecendo-se de que, da mesma sorte, o marido tem suas obrigações com sua mulher.

O homem precisa satisfazer sua mulher sexualmente, emocionalmente, materialmente e etc.. bem como a mulher precisa satisfazer seu marido sexualmente e emocionalmente. Essa não é uma obrigação apenas para as mulheres.

Por conta disso, mulheres que negam sexo aos seus parceiros, sentem-se culpadas. Mas e afinal de contas, e o que homem que nega sexo a sua esposa? Ou, o homem que não dá amor, atenção, afeto a sua esposa?  E é ai que muitas mulheres mentem para seus companheiros quando não desejam fazer sexo.

Afinal, como disse, cada pessoa tem seu ritmo. E sexo por obrigação só tras culpa em cima de culpa.

Tanto a mulher quanto o homem, devem gozar da satisfação do sexo, por prazer e não obrigação.

A Mulher não TEM, por obrigação, que fazer sexo com seu companheiro. Ela TEM que fazer sexo com ele, por PRAZER e desejo. Assim como o homem não pode força-la a ter relação sexual, e deve respeitar seu ritmo, afinal, ela não é um objeto. E se, o corpo da mulher pertence ao homem, o do homem da mesma maneira, pertence a mulher.

Essa nossa sociedade ainda tão machista, insiste em apontar à mulher as suas obrigações, excluindo-se de suas próprias.

Portanto mulher, não sinta culpa se não tiver relação sexual com seu parceiro. Você tem seu direito de sentir prazer. Não minta. Se não está afim, diga a verdade. Você vai perceber que, ao fazer sexo novamente, seu prazer será ainda maior. Afinal, não será por obrigação.

Embora você estando casada possui suas responsabilidades como esposa, entenda que não é apenas você que tem responsabilidades, e não é só você que precisa "dar" para seu marido. Ambos possuiem as MESMAS responsabilidades. 

O marido, além de ter a responsabilidade de dar prazer a sua esposa, sexualmente, tbm tem a responsabilidade de lhe satisfazer emocionalmente. Além de dar a ela conforto material e espiritual. A mulher, da mesma forma, honrando seu marido, respeitando-o, dando-lhe prazer sexual e emocional. Mas, nada disso deve ser feito por obrigação, onde gera-se a culpa pelo não cumprimento. Mas deve ser feito por amor e prazer.

Façam sexo. Sem culpa. 

Não façam sexo. Sem culpa.

É isso ai. Sexo só é bom quando é feito por prazer.

Até amanhã então tá? *rs

Ps: Pessoal, algumas pessoas podem me interpretar errado, então vou explicar-me para que não criem confusão. Eu não estou dizendo aqui, que a mulher PODE e DEVE ficar sem ter sexo com seu marido, bem como o homem NÃO pode deixar sua esposa morrer de desejo e não satisfaze-la. O que eu falo é sobre a CULPA. Por favor viu? CULPA e CULPA.

Quando sentem CULPA por fazer sexo, e achar que sejo é pecado e sujo, e quando sentem CULPA por não fazerem sexo porque simplesmente não estão num dia bom  e não querem transar oras bolas. 

Assim como há dias que não queremos comer, não estamos a fim de sair de casa e etc.. há dias tbm que não estamos afim de transar e isso não é um crime. NÃO É CRIME ok? 

Fazer sexo é diferente de você ser obrigado a ir trabalhar, obrigado a ir para a escola, fazer suas lições, obrigado a cuidar do filho e etc.. (A menos que seu trabalho seja fazer sexo *rss... ai é outra historia) sexo, é o mesmo que você ir ao parque de diversões. 

Emoção: Ah, hoje o nível da autoestima tá subindo novamente. Embora eu ainda esteja na TPM. Portanto, nível 98% *rss

Reflexão: Amor, hoje não to afim de namorar. Você me compreende né? 

Mudar: Ansiedade.

Recadinho:

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Quando me amei de verdade,

deixei de achar que a vida é dura.

Extraido do Livro: Quando me Amei de Verdade

Kim McMillen & Alison McMillen

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